O dia de Finados é uma “data simbólica para o afloramento de sensibilidades inerentes ao fenômeno físico da morte” (Ribeiro, 2008, p.210). O autor nos faz lembrar que, nesse dia, o sofrimento pela perda de alguém que amamos fica mais forte. Sentimos uma mistura de emoções, as quais nem sempre sabemos como lidar. O tempo, a oração, a união familiar e os amigos nos ajudam a superar esses sentimentos doloridos. Por mais que saibamos que a morte é certa, queremos os que amamos ao nosso lado. Esta separação é difícil de aceitar.
Os cristãos lembram seus familiares e amigos falecidos, visitam cemitérios, rezam, acendem velas, levam flores, se encontram. Tudo isso faz parte de um ritual que ano a ano se repete. Esse dia não deve ser de culto aos mortos, mas um momento especial para pensar sobre a brevidade da vida. É um tempo privilegiado para pensar em como foi a vivência com os que partiram para melhorar a convivência com os que aqui estão.
Finados é um dia para cultivar o silêncio, rezar em agradecimento a tudo o que foi possível ser vivido com nossos entes queridos. Antes de tudo, é um dia para exaltar a ressurreição prometida por Jesus “vou preparar um lugar para vós e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós” (Jo 14, 2-3). O cristão não deve temer a morte física, mas a morte eterna.
Pe. Norberto Coltro (Beto) é sacerdote da Diocese de Caxias. Atua como vigário paroquial na Paróquia Santa Catarina. Graduado em Filosofia, Teologia e Psicologia, Beto desenvolve trabalhos junto à Pastoral da Aids e à Pastoral de Apoio ao Toxicômano Nova Aurora (Patna), em Caxias do Sul.